sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Fazendo tipos



É tão excitante quanto cansativo ter que adotar um “tipo“ de mulher que se queira ser... Constantimente, nós, que tendemos a relacionar o bem estar psíquico com o físico (se está bem com seu corpo, cabelo e roupas, uow, dia maravilhoso!), nos vemos impelidas a agir um dia como a  confiante, poderosa, independente  e “audaciosa“ e no outro dia já estamos mais carentes e grudentas que uma gata no cio.

Quem nunca amanheceu achando que tem o poder numa mão e o batom certo na outra? Pronta pra tomar a coragem, perder a vergonha, fincar com prazer os dentes em alguma guloseima sem medo de quebrar dietas e continuar se sentindo linda, chegar naquele carinha que te lança vários olhares mas irritantemente insiste em não tomar nenhuma atitude?  E quem também nunca acordou se sentindo feia, gorda, com cabelo ruim, insegura, triste, com medo de ficar pra titia ou ser tachada de vadia e derivados? Que montanha russa, hein?

É impressão minha ou a mulherada realmente tem uma grande necessidade de carinho e atenção que sufoca a frustrante simplicidade da satisfação sexual masculina?

A maioria das mulheres adota o primeiro tipo (ainda que inicialmente), porque é impressionante como os homens se atraem e se prendem pela independência emocional (SEMPRE planejada e decidida) de uma mulher. A relação começa a complicar quando não conseguimos mais sustentar toda a independência e confiança que passamos inicialmente (claro, cada caso é um caso... mas tô falando do que costumo analisar quase diariamente).

Em dois casos, especificamente, pude penetrar a camada criada pelas mulheres. Um, foi na minha época de pré-vestibular... Sempre andei cercada de homens, não porque atraía os olhares, mas porque compreendia o olhar deles e achava interessante. Meu amigo e eu começamos a observar uma garota branca, cabelos pretos ondulados, andar felino, olhos amendoados e insinuativos, como se ela olhasse por baixo de cílios pesados com alguma preguiça sensual... Roupas justas, curvas sinuosas, boca carnuda e bem delineada... Toda essa descrição se resumiu: gostosa. Passamos vários dias observando a gostosa e era uma festa só quando ela chupava um pirulito (nota: nada maldoso aqui, mas ela chupava o docinho que era uma beleza, hehe)! Chegou o dia em que tivemos a certeza que a gostosa sabia que ela era a  “nossa” gostosa, dava até sorrisinhos provocantes e tudo. Foi o maior barato. Então, teve uma noite em que a chuva despencou na cidade e ficamos ilhados na frente do cursinho. Faltou luz, só os relâmpagos iluminavam o céu sem estrelas... E aí era a desculpa perfeita pro meu amigo chegar na gostosa!!!!

Bom... Antes de dar meu “parecer“, vou dar o dele: - A gente achando ela a maior gostosona e ela é só uma menininha, caramba... – disse ele, com ar de decepção – Tá mais pra garotinha desprotegida, toda “coisinha“...

Na minha opinião, foi realmente brochante (não tenho expressão que se encaixe melhor!)! Com a vozinha (propositalmente) fina, ela tava contando como tinha medo de relâmpagos, do escuro, como gostava dos pijamas fofos pra dormir, ursinhos ... Parecia uma garotinha de cinco anos fazendo dengo!

O outro... Bom, conheci uma modelo. Super alta, morena, cabelo liso, sorrisão, magra, sempre bem vestida... Boa em todo tipo de jogos. Ela fazia o tipo de mulherão poderoso, sabe? Daquelas independentes, maduras e que desprezam sentimentalismo... Daquelas que o cara precisa correr atrás ... Bem, ele corria mesmo. Deve continuar correndo até hoje. Observando, percebia sempre os olhares inseguros que ela dava pra outras mulheres que podiam ameaçar a beleza dela e como ela sempre dava uma espiadinha pra ver se “o cara” tava olhando tudo o que ela fazia. Perdi o interesse nela, porque a “força” que eu via antes, era fingida.

Fazer tipos não dá trabalho, porque são a exteriorização de nossos sentimentos... Mesmo que a maioria deles sejam só uma barreira pra esconder a vulnerabilidade, sensibilidade, carência e insegurança.